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Capítulo 2 - O pirata espacial

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Mensagem por Dreec Morris Dom Set 21, 2014 8:54 pm

O Pirata Espacial


- Tudo pronto para a aproximação capitão. – Informava o imediato ao Capitão Sirgrus, um risyano que havia abandonado todo seu passado para dedicar-se à pirataria sideral.

- Muito bem, jovem, vamos preparar a tripulação. – Sirgrus agora colocava o comando no piloto automático enquanto se dirigia para o centro da nave batizada por Cruzadora, onde seus subordinados se amontoavam aguardando as ordens do Capitão. – Muito bem meus companheiros, estamos prestes a realizar nossa maior façanha. Depois de hoje vocês serão conhecidos como os homens que interceptaram e saquearam a renomada Munir. Mas prestem bastante atenção... Faremos uma intervenção cirúrgica, rápida e eficiente. Não hesitem se tiverem que usar suas armas. Agora vamos à glória. Zundi faça os preparativos, e o restante de vocês fiquem apostos.

A Meganave Munir era uma espécie de moradia espacial, refúgio dos grandes e poderosos do planeta Cyberdon. Em vinte anos de funcionamento, várias foram as tentativas de interceptação por parte de corsários e piratas espaciais devido às riquezas que os nobres carregavam consigo durante o período que eles permaneciam na nave viajando pela galáxia. Contudo, nenhuma das tentativas fora bem sucedida. Munir é possuidora de um forte sistema de segurança mecânico, com escudos, lasers e misseis de precisão, fora o exercito de patrulheiros espaciais que faz com que ela seja uma verdadeira fortaleza. Quase todas as naves piratas que em suas cobiças se aproximaram dela para tentar o saque foram destruídas ou no mínimo tiveram baixas consideráveis. Mas a Cruzadora não pretendia entrar para essa estatística.

A tripulação da Cruzadora era das mais diversificadas, embora houvesse predominância de risyanos, o Capitão não dava a menor importância para os problemas diplomáticos entre os planetas, se fosse um bom pirata e estivesse disposto a seguir suas ordens e até dar sua vida para que conseguissem os objetivos, então eram bem aceitos na tripulação. Inclusive Zondor, o braço direito de Sirgrus, era um bestial de Belorian, um bípede com cabeça de falcão, corpo revestido de penas, mas não possuía asas, como se esperaria do pássaro. Ambos se conheceram antes mesmo de entrarem para a vida de piratas siderais, e desde sempre eram melhores amigos. Hoje, Zondor fazia mais um papel de conselheiro pessoal de Sirgrus do que qualquer outra coisa na tripulação, raramente ele embarcava em alguma viagem de interceptação, mas essa era especial.

Faltava muito pouco para que a Cruzadora chegasse numa distância que o radar da Munir os captasse e aí toda a iniciativa seria colocada em risco. Mas tudo já havia sido pensado e planejado com antecedência e os níveis de expectativa e certa dose de confiança de que seriam os primeiros a conseguir saquear a Munir estavam em alta.

- Zundi, baixe os escudos, e desligue os motores, vamos deixar que nosso amigo Lipz faça seu trabalho. – Sirgrus dava instruções ao seu imediato e sentava-se calmamente ao lado de Zondor. – Hoje meu amigo, mostraremos que não somos simples piratas, mostraremos que somos os melhores. – Ele sorria enquanto observava os motores da Cruzadora entrarem em desligamento.

Lipz, era um Glock de Cyberdon, um patrulheiro ganancioso e oportunista que ao saber que seria designado para a proteção da Munir, não perdeu tempo em procurar Sirgrus para tecer uma boa negociação que trouxesse benefício mútuo a ambos. Ele já tinha tudo em mente. Cuidaria de sabotar as seguranças mecânicas da Munir, ao passo que atraia a Cruzadora para dentro da Meganave. Depois ele daria um jeito de sempre permitir que os piratas ficassem um passo a frente dos patrulheiros que estavam fazendo a segurança na nave. No fim, do que fosse arrecado ele ficaria com 1/3. Tudo muito simples e cronometrado sem falhas e sem envolvimento dele, já que ele daria um jeito de que não descobrissem que ele era o traidor.

Os minutos passavam lentamente e a espera começava a deixar a tripulação da Cruzadora angustiada. Alguma coisa havia dado errado? Será que Lipz não conseguira ter acesso aos painéis de segurança? Ou pior, será que de fato poderiam confiar naquele Glock? E se eles estivessem sendo arrastados para uma armadilha? Era tudo muito incerto para a maioria da tripulação da Cruzadora naquele momento, a confiança havia cedido lugar à preocupação, menos para o Capitão. Em seus anos de experiência ele aprendeu a reconhecer aqueles que tinham ambição, e com certeza Lipz era um desses, o único receio de Sirgrus era quanto à competência do patrulheiro em conseguir fazer a sua parte, já que uma vez dentro, a tripulação da Cruzadora cumpriria eficientemente o que lhes era cabido.

- Capitão, ele conseguiu... – Zundi apontava para um raio de luz lilás que começava a vir em direção à Cruzadora estabelecendo uma ponte de transporte para dentro da Meganave. Daqui alguns instantes os tripulantes daquela nave pirata estariam iniciando o maior saque intergaláctico de todos os tempos.

***

Dentro da Munir, Lipz cuidava de todos os detalhes para que a operação fosse concluída com êxito. O patrulheiro já se imaginava com muitas riquezas, comprando uma passagem só dia ida para as camadas mais abastadas de Cyberdon e podendo abandonar aquele emprego idiota e pouco importante. A primeira etapa de seu plano havia sido um sucesso. Ele conseguira fazer o chefe da segurança dormir sem maiores problemas, e sem deixar rastros, o que era imprescindível. Agora com os escudos baixados, o radar desligado e as armas de defesa automática desativadas, era só aguardar a ponte transportar a Cruzadora para dentro da Meganave e iniciar a fase dois, enquanto os piratas faziam a parte deles.

***

Alguns poucos instantes se passaram entre a ligação da ponte com a Cruzadora e sua total transferência para dentro da Munir. Era chegada a hora de conseguirem seu maior triunfo. Zundi abriu as portas da nave e a tripulação começou a desembaraçar todos com arma em riste e com um sorriso no rosto. Zondor e Sirgrus foram os últimos a descer e enquanto o Capitão descia com um sorriso de orelha a orelha, seu fiel escudeiro ainda trazia um viés de preocupação estampada em seu semblante.

- Zondor, fala sério? Desfaça essa cara de pombo machucado meu camarada. Não há nada com que se preocupar. Se os rapazes fizerem tudo conforme o combinado, e sei que farão, em menos de duas horas estaremos de volta ao espaço, com uma grande diferença... Estaremos com várias sacolas de jóias e créditos. – Sirgrus dá uma tapinha nas costas de seu velho amigo e este ameaça um sorriso de canto de bico, mas algo ainda o deixa tenso.

Os tripulantes se espalham pelas diversas camadas da Munir. Cada um segue para um andar a fim de fazer com que todos os moradores fossem reunidos em uma mesma sala para que ficasse mais fácil o saque. Alguns agem com extrema violência arrastando os nobres de Cyberdon pelos cabelos e arrecadando tudo que podem e colocando em sacos e caixas. Outros apenas usam de sua empatia para convencer as pessoas de que se colaborarem ninguém sairá machucado. E assim, cada um a sua maneira, eles vão tangendo os moradores, como se fossem gado, para um grande salão de shows onde o Capitão aguardava. O salão havia sido preparado previamente por Lipz, que nesse momento preparava-se para lacrar as entradas e saídas do setor administrativo. Essa altura os patrulheiros já se mobilizavam para organizar uma investida de impedir o saque.

A Munir era dividida em 10 setores ou blocos de residências espaciais. Cada setor possuía 6 andares e cada andar possuía 50 residências, além de áreas comuns como áreas de lazer, esporte e cultura, bares, cassinos, salões de jogos e outras futilidades necessárias para o entretenimento dos nobres de Cyberdon. O bloco administrativo e onde ficava concentrada a patrulha de segurança localizava-se a sul do Salão de Shows e dos setores residenciais. Era estimado que os pouco mais de 300 homens da tripulação da Cruzadora levassem em torno de 1 hora e meia para reunir a população da Munir no salão de shows e pilhar o máximo que pudessem, nesse tempo, Lipz seguraria os patrulheiros no setor administrativo impossibilitando que eles pudessem intervir e ainda que eles conseguissem sair do setor administrativo eles levariam no mínimo uns vinte minutos para chegarem ao salão de shows, ou onde a Cruzadora estava estacionada, o que dava uma margem de uns 10 minutos para os piratas, tempo suficiente para que pudessem sair com segurança.

Em pouco mais de uma hora, a tripulação da Cruzadora, já havia reunido 70% dos nobres de Cyberdon em um grande salão de festas sob os olhares do Capitão Sirgrus que sentava imponente numa poltrona que ele mesmo havia improvisado como trono no alto de um tablado de apresentações musicais do salão. Zondor pairava imponente ao seu lado com um olhar fixo na multidão de glocks amedrontados e alguns até mesmo com algumas escoriações, provavelmente resultados de resistência ou pura e simples violência gratuita.

***

Lipz se divertia enquanto manipulava a abertura e fechamento das portas entre um andar e outro do centro administrativo, fazendo os patrulheiros vagarem iguais baratas tontas de um lado para outro tentando sair do setor administrativo para se encaminhar para os setores residenciais e o grande salão de shows. Ele ria copiosamente ao ver pelas câmeras de segurança seus “companheiros” não conseguirem obter êxito em suas tentativas, contudo o surgimento de uma figura conhecida na câmera 14 fez seu semblante mudar de ares. Aquilo iria atrapalhar em muito seus planos.

- Droga, droga, droga... – Ele desesperadamente tenta bloquear o acesso de dois oficiais ao corredor que levava à sala de segurança. Ele não podia ser encontrado ali. Para todos os efeitos essa bagunça toda era responsabilidade do chefe de segurança. Pior que isso era a descoberta que ele havia feito. Um dos oficiais era ninguém menos que Nigaj, chefe da patrulha especial de Cyberdon, conhecido pelo seu pulso firme e por não possuir derrota em seu currículo ou desconhecer a palavra de seu vocabulário. Havia sido uma tremenda falha de Lipz não saber que ele estava na nave, e agora ele estava ali, a um corredor de encontra-lo. Ele precisava sair dali, precisava se esconder, aquela batalha já estava perdida, Nigaj estar ali havia colocado toda a estratégia por água abaixo.

***

No salão principal, os últimos moradores se juntavam aos demais reunidos desorganizadamente e jogados truculentamente em meio aos seus enquanto contemplavam a figura daquele risyano com sorriso cínico que os observava sem proferir uma só palavra até o momento.

- Muito bem, nobres e distintos cidadãos de Cyberdon e tripulantes dessa tão diferenciada nave-residência. – O Capitão Sirgrus se levanta de sua poltrona e se encaminha para a ponta do palco. – Vocês aí atrás estão me escutando? Por que se não estiverem a gente pode providenciar um microfone ou de repente eu posso GRITAR... Ou simplesmente, foda-se, tanto faz escutarem ou não. – Ele dá um sorriso e prossegue. – Nós estamos aqui fazendo um favor para vocês. Não sei se perceberam, mas somos piratas. Eu sou Sirgrus e estes são meus leais homens e nossa nave chama-se Cruzadora. Agora vocês se perguntam: O que esse louco está dizendo em nos fazer um favor... Eu lhes respondo: Bem estamos pegando os seus lindos e preciosos créditos, bem como suas lindas e preciosas jóias e daremos para pessoas que realmente necessitam delas. Ou seja, estamos transformando vocês em almas caridosas, que se importam com o bem estar social daqueles que necessitam. – Seu sorriso atinge o ápice da cinicidade. – Agora todos vocês vão depositar o que tiverem ainda de valor com vocês nessas caixas que estão localizadas aqui no canto esquerdo. – Ele aponta para algumas caixas metálicas altamente tecnológicas com capacidade de absorver matéria e armazenar quanticamente transformando-as em pequenas porções de sua própria matéria e depois reverter o processo ao simples clicar de botões. – E como eu sei que vocês farão isso, porque nós temos armas e não temos problema em usá-las. Então, por gentileza senhoras e senhores, comecem suas doações.

Ele volta a sentar-se na poltrona enquanto observa enquanto o burburinho das pessoas ainda se notava e muitas ainda permaneciam estáticos sem acreditar que de fato aquilo era real. Alguns moradores tentam insurgir-se contra a tripulação da Cruzadora, mas são simplesmente vaporizadas pelas armas dos piratas. Aquilo choca e ao mesmo tempo mexe com os outros que passam a murmurar cada vez mais intensamente, mas agora com uma prova cabal do que aqueles piratas eram capazes.

- Por que mesmo quando avisamos os riscos, as pessoas insistem em confrontar? Não consigo compreender. – Ele comenta com Zondor enquanto ambos continuam observar a movimentação dos glocks depositando suas jóias e créditos nas caixas. Tudo estava correndo conforme o planejado e eles estavam inclusive adiantados com relação ao tempo previsto.

***

Lipz abandona a sala de segurança e avança desesperadamente pelo corredor oposto ao local tentando fugir de Nigaj e do outro oficial, a essa altura ele só pensava em sair dali e tentar avisar do problema para Sirgrus. Seu coração batia acelerado, enquanto, sua pernas tremiam e sua mente estava longe dali.

- Onde você estava soldado? – Um frio na espinha congela seus movimentos e sua fala por alguns segundos e ele vira-se lentamente para encarar a voz que fala com ele. – Um given comeu sua língua soldado?

- Perdão, senhor, eu estava tentando encontrar meu pelotão, com essa loucura que está acontecendo no prédio, acabei me perdendo deles e não sei onde eles estão, senhor. – Ele esperava que Nigaj não notasse seu nervosismo e descobrisse toda a verdade.

- E a qual pelotão você pertence soldado? – Nigaj o encarava com toda a seriedade peculiar que lhe garantira sua e era sua marca registrada.

- Dé...cima sétima patrulha, senhor. – Mais algumas perguntas e Lipz tinha certeza que iria desmaiar ali mesmo. Sua pressão caía a cada momento ali de frente para Nigaj e já começava a suar.

- Tudo bem soldado, iremos resolver a situação, nesse momento o sub-oficial Laatrik está reorganizando o sistema de segurança e logo estaremos lá fora combatendo esses desordeiros. Vá, junte-se ao seu pelotão e aguarde pelas instruções.

- Permissão para retirar-se senhor. – Lipz faz um continência e aguarda ser dispensado e poder sair dali o mais depressa possível.

- Permissão concedida, soldado. – Nigaj observa o soldado se afastar e algo dentro dele diz que aquele soldado escondia algo, mas no momento ele tinha coisas mais importantes para se preocupar.

Nigaj, havia nascido no povoado de Vector XK, um povoado geek no planeta de Cyberdon, assim como todos os geeks, Nigaj sofria de modificações genéticas e necessitava de aparelhos e medicamentos para manter-se em pleno funcionamento. Mas ao contrário da maioria dos geeks que se orgulhavam de seu povo, Nigaj sempre renegou sua condição e sempre buscou evoluir e tornar-se um igual perante os glocks, se não fisicamente, mas ele sempre buscou igualar-se socialmente e atingir cada vez mais as altas camadas da sociedade de Cyberdon. Mas em todos os anos de dedicação e estudos o cargo atual de tenente da patrulha oficial e espacial de Cyberdon, havia sido o máximo que ele conseguira.

***

- Muito bom, meus caros cidadãos de Cyberdon. Hoje, vocês fizeram o ato mais nobre de suas desprezíveis vidas. Hoje vocês nos deram uma demonstração de bondade e de amor ao próximo, acho que vocês merecem uma salva de palmas. – Sua palavras vinham carregadas de sarcasmo e ironia acompanhadas de palmas estridentes. – Agora meus amores vamos nos retirar. Saibam que boa parte do que arrecadamos aqui, será destinada para alimentar e suprir povoados subjugados e sem esperanças dos nossos planetas natais. Pensem que vocês irão morrer, mas deixarão um legado, terão ajudado aqueles que vocês tanto exploram em seu ultimo ato na galáxia. Isso é maravilho!!! – Os nobres glocks cyberdonianos se entreolham assustados com as últimas palavras de Sirgrus principalmente as de morte. – Amigos, acabem com eles. – Ele faz um sinal de positivo para seus subordinados e dá as costas se encaminhando para a poltrona, quando um grito na multidão interrompe o processo de massacre que estava prestes a iniciar.

- NÃOOOOO!!! Por favor, não façam isso conosco, eu tenho uma criança recém-nascida. – Os glocks abrem uma clareira de onde pode se ver uma mulher segurando uma criança nos braços. Sirgrus volta a olhar para a multidão, ele faz um sinal para que sua tripulação aguarde e depois chama a mulher com o dedo indicador para que venha até ele. Os glocks abrem passagem e a mulher se aproxima.

- Qual seu nome, minha jovem? – Ele pergunta para a mulher enquanto observa a criança em seu colo que sorria para ele, mesmo em meio àquele caos.

- É Lucy, senhor. – Ela embala a criança por alguns instantes enquanto as lágrimas rolam em sua tez e o medo a faz tremer.

- E a criança? É fêmea ou macho? – Ele agora olha para a criança e faz um pequeno gracejo para ela. – Bilu, bilu.... – Ele faz uma careta e a criança cai na gargalhada.

- É um menino, chama-se Malakef, ele tem um mês de vida. – Ela agora esboça um sorriso ao ver o divertimento do pequeno Malakef com a brincadeira boba de Sirgrus.

- Posso? – Ele pede para segurar a criança em seu colo e ela atende. – Quem é o grande Malakef? – Ele brinca com o pequeno glock. – É engraçado como um ser tão pequenino pode mudar nossas vidas e transformar sentimentos, não é mesmo. – Ele fala para a mulher que assente com um aceno de cabeça. – É acho isso fenomenal...

Ainda com a criança em seu colo e tira uma pistola de plasma do seu coldre e dá um único tiro na cabeça da mulher. – Continuem. – Ele ordena para a tripulação e novamente dá as costas para a multidão enquanto embala o pequeno Malakef em seus braços e encaminha-se para sentar-se à poltrona para observar o início do genocídio.

***

Lipz, chega no salão justamente, quando as pessoas correm e lutam para não serem mortas pelas armas dos subordinados de Sirgrus e aquilo o deixa estarrecido, mas avisar que as coisas tinham saído de controle  era mais importante. Ele chega quase sem fôlego ao palco onde Sirgrus estava sentado embalando o pequeno Malakef.

- Capitão Sirgrus... Capitão... – o homem fala esbaforido e quase sem fôlego. – Vocês precisam sair logo por que... – Nesse momento ambos observam um dos homens da tripulação despencar ao chão inerte. – Tarde demais.

***

Nigaj e os patrulheiros conseguem fazer todo o percurso antes dos vinte minutos previstos e ao chegarem ao salão se deparam com uma multidão de glocks sendo dizimada pela tripulação da Cruzadora. As ordens são claras, sem conversa, aqueles que não forem residentes da Munir, devem ser abatidos imediatamente.

- Sargento Karve, leve seu pelotão e ataque pelo flanco esquerdo. Sargento Stovels, seu pelotão ataca pelo flanco direito, os demais, me sigam. Não deixem nenhum desses bastardos respirando.

***

Sirgrus não poderia prever aquilo, e precisava agira para evitar a derrota, ele não havia chegado tão longe para simplesmente ver sua tripulação ser dizimada e não conseguir o seu objetivo principal.

- Homens, partir em retirada, peguem as caixas e sigam para a nave, tentarei ganhar tempo. – Ele olha para Lipz. – E você cuide dessa criança com a sua vida se for preciso, se algo acontecer a ela, eu te torturarei pelo resto da sua infeliz existência. – Ele entrega o pequeno Malakef nos braços de Lipz que parte em disparada na direção da nave enquanto a criança caia em pranto.

Os patrulheiros eram mais bem preparados e possuíam equipamentos mais sofisticados que a trupe de Sirgrus, se algo não fosse feito seria um verdadeiro massacre. Mas isso não significava que o Capitão não possuía uma carta na manga. Pouco antes de a tripulação começar a trazer os residentes da Munir, Zondor e Sirgrus implantaram dispositivos explosivos em diversos pontos do salão de shows e essa iniciativa se mostrava agora extremamente acertada. Sem pestanejar o Capitão acionou os dispositivos que um após um começaram a detonar e lançar patrulheiros, residentes e até alguns subordinados para os ares, transformando-os em resto de carne. Por mais que isso não impedisse o avanço das tropas de patrulheiros, pelo menos causaria estrago suficiente para permitir que eles partissem em retirada.

- Vamos, Zondor, ganhamos tempo, acho que é o suficiente para partirmos. – Ele olha para o amigo que estava de braços cruzados compenetrado, olhando para o espetáculo que se desenhava.

- Eu não vou. – O bestial, agora começava a caminhar em direção aos acontecimentos do salão, sempre com sua calma e com seus pensamentos estratégicos de posse de um fuzil de plasma beloriano.

- Mas como assim, você tá ficando louco? Eles vão te matar, nós precisamos ir e logo. – O capitão praticamente grita com o amigo enquanto tenta dissuadi-lo do que estava fazendo.

- Eles não vão me matar, eu vou ser a vantagem que vocês precisam para fugir e depois me entregar a eles.  – O homem continua caminhando e se afastando lentamente.

- Para... Você não tem como saber isso, você não tá vendo? Eles não tem intensão de permitir que nenhum de nós viva. – O capitão continua tentando persuadir o amigo para não cometer tamanha insanidade.

- Eles não deixariam ninguém viver, se ninguém conseguisse escapar. Mas com a fuga, eles precisarão de alguém que indique a localização de vocês. Por isso eu sei que eles não me matarão. Vá, corra, fuja e depois organize o meu resgate, provavelmente eles me levarão para Cyberdon. – O beloriano agora busca uma rota que ele possa se aproximar, ganhar tempo e se entregar justamente no momento que a nave esteja partindo.

- Té certo meu amigo, mas eu prometo que assim que nós, nos recuperarmos iremos te buscar em Cyberdon. – O capitão agora despede-se do amigo e marcha em direção da nave.

***

Lipz embala a criança que não para de chorar e aquilo o deixa extremamente irritado e com vontade de arremessar o bebê na parede, mas ele sabe que aquilo lhe custaria a vida. Os homens de Sirgrus amontoam as caixas na nave, enquanto Zundi começa a ligar os motores da nave e deixar tudo preparado para quando o Capitão ordenar a partida.

Sirgrus retorna à nave, ainda em choque por ter deixado Zondor para trás, e por não ter certeza se a ideia do amigo de fato vai dar certo. Seus pensamentos divagavam enquanto ele reunia o que sobrou da tripulação e se preparava para partir. Ao menos, eles haviam conseguido uma boa carga de pilhagem.

- Capitão, seu bebê não para de chorar... – Lipz se aproxima dele com o jovem Malakef. – Eu não sou uma boa distração. – Ele sorri entregando a criança para Sirgrus. – E... capitão, eu não sei se esse é o momento, mas acho que devemos conversar sobre a minha parte.

Sirgrus chama um de seu homens e lhe entrega o jovem Malakef que parecia estar mais calmo. Ele então passa um dos braços pelo ombro de Lipz e começa a caminha com ele. Em direção onde estão as caixas com os tesouros recolhidos.

- Claro, devemos falar sim... Olha o quanto a gente conseguiu. – Ele aponta para as pilhas de caixas. – Agora, de fato esse é um mau momento, eu perdi muitos tripulantes, meu melhor amigo e braço direito, está lá fora e não sei se ele está bem. Mas em meio a essa preocupação, de fato você acha que devemos falar sobre sua parte não é? Pois bem, sua parte é nenhuma, nosso acordo está revogado. – Sirgrus, retira sua pistola e acerta um tiro de plasma entre os olhos do patrulheiro que cai como um pacote flácido ao chão da Cruzadora. – Joguem esse lixo por aí, limpem a sujeira e vamos nos preparar para partir. – O capitão nunca teve a intensão de dividir qualquer coisa com Lipz, e depois de tudo que aconteceu isso se tornou uma alternativa impossível de se concretizar.

***

Finalmente Zondor saí de seu esconderijo com as mãos levantadas e jogando seu fuzil no chão. Ao verem eles os soldados levantam suas armas e estão preparados para atirar, mas são contidos por Nigaj, que vê ao longe a nave Cruzadora começar a alçar vôo.

- Não atirem. – Ele ordena para os soldados e depois fala em seu comunicador. – Sub-oficial Laatrik como estamos com o sistema de segurança automatizado? Câmbio.

- Não consigo religar senhor. Modificaram as senhas de acesso, e deve demorar algum tempo até que recuperemos novamente. Câmbio.

- Droga... Tudo bem suboficial, continue tentando. Câmbio, desligo. – Ele se volta para Zondor que a essa altura já estava algemado e não oferecia nenhum tipo de resistência. – Soldados, preparem uma nave e iniciem a perseguição. Emitam um alerta intergaláctico e informe o ocorrido, nós precisamos pegar esses bostas. – Ele agora encara Zondor nos olhos. – E você amigo dirá para nós a rota de seus companheiros, você será nosso trunfo. – Ele dá um soco no estômago de Zondor. – Vamos, mexam-se.

O plano havia funcionado, a operação, apesar dos pesares, havia sido um sucesso, a Cruzadora era a inimiga número da patrulha espacial de Cyberian, eles conseguiram a fama esperada, eles agora podiam dizer que haviam sido os únicos a violarem a tão aclamada Meganave Munir.

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